Eliseo Verón sob a ótica de seus admiradores
Os expositores do último colóquio do CELACOM 2007 falaram ao público através das idéias de Verón
Foto: Juliana Recart
Expositores discutem as idéias de Verón e realizam a última mesa de debates do CELACOM
Com o auditório lotado, no último dia de encontro do CELACOM 2007, os expositores do colóquio 3 – Idéias inovadoras de Verón – tinham que atender as expectativas de um público que apontava este como o grande dia do congresso.
Sob a coordenação de Sérgio Porto, os palestrantes Antônio Fausto Neto, Elizabeth Gonçalves, Giovandro Ferreira e Geraldo Nunes falaram a respeito das contribuições de Eliseo Verón, presente na platéia, para o campo da comunicação.
Num gesto declarado por Sérgio Porto como cavalheirismo, a pesquisadora Elizabeth Gonçalves toma primeiramente a palavra.
Sob a coordenação de Sérgio Porto, os palestrantes Antônio Fausto Neto, Elizabeth Gonçalves, Giovandro Ferreira e Geraldo Nunes falaram a respeito das contribuições de Eliseo Verón, presente na platéia, para o campo da comunicação.
Num gesto declarado por Sérgio Porto como cavalheirismo, a pesquisadora Elizabeth Gonçalves toma primeiramente a palavra.
A pesquisadora abordou a gramática de produção na revista Scientific American e, entre outras idéias apresentadas, Elizabeth falou sobre o contrato de leitura entre a revista e o leitor, enfatizando a renúncia do veículo à espaços publicitários privilegiados, apontando como prioridade da Scientific American o comprometimento com questões científicas.
Neste sentido, o público alvo da revista representa uma parcela de leitores que se preocupa em construir conhecimento e que têm expectativas quanto ao conteúdo e a forma de abordagem dos assuntos escolhidos.
Logo após, Fausto Neto citou quatro obras de Eliseo Verón publicadas no Brasil. Ao citar como exemplo Ideologia, estrutura e comunicação, Neto apresenta o pensamento de Verón ao produzir a obra como uma teoria da comunicação pensada de uma matriz não utópica, mas ao mesmo tempo ocupando um outro modo científico de se pensar os fenômenos de comunicação.
Com propriedade, Neto aponta Verón como um pesquisador que deixou de lado os autores funcionalistas na busca de um modelo que possa, de um outro lugar, constituir um modo de sistematizar uma teoria da comunicação que leva em conta a questão dos fenômenos de significação, ao que Verón chamou de “sondagens sobre o sentido”, e mais tarde de “discurso socialista”.
Na obra, é lançada uma hipótese que afronta a teoria funcionalista, que propõe a idéia de que a questão dos sentidos não está relacionada com o conteúdo de consciência, mas sim com operações realizadas por emissores e receptores.
Para encerrar sua exposição, Neto comenta: - “Eliseo muitas vezes trabalha com questões aparentemente simples. Porém, são os pequenos objetos que trazem os grandes pormenores, e estes pormenores são o que constituem a matéria prima”.
Na sequência, Giovandro Ferreira abre seu espaço falando da emoção de estar discutindo ali idéias difundidas por autores que se encontravam presentes, como o próprio Eliseo Verón.
Em slides demonstrados ao público, ferramenta utilizada por boa parte dos palestrantes, Giovandro aponta considerações a respeito de 10 idéias inovadoras de Verón a partir de uma ótica própria.
A análise dos pólos emissores e receptores, a segmentação dos conteúdos, o estudo do discurso além da lingüística e a fotografia como significante não-verbal foram tópicos proferidos pelo palestrante como discussões inovadoras do autor.
No último apontamento, Giovandro apresenta uma de suas citações preferidas de Verón: “Toda cultura está num copo de iogurte”
Por último, Geraldo Nunes relata sua experiência com Verón, em demonstrações verbais de grande reconhecimento e também agradecimento às contribuições do professor e pesquisador em sua carreira profissional.
Por último, Geraldo Nunes relata sua experiência com Verón, em demonstrações verbais de grande reconhecimento e também agradecimento às contribuições do professor e pesquisador em sua carreira profissional.
Nunes introduz noções sobre a personalidade de Verón como alguém que incentiva e instiga em seus aprendizes a paixão pela reflexão crítica, sendo esta uma prática que deve ser constante e renovável, e a teoria conservadora ser confrontada.
O palestrante aponta Eliseo Verón como um autor que influenciou centenas de pesquisadores na América Latina ao longo dos últimos 30 anos. Em um aspecto menos formal, Nunes fala do professor Verón como um ser de sensibilidade notável e estimulante, sendo isto determinante para elaboração dos projetos de pesquisas que desenvolveu.
Para encerrar o colóquio 3, Sérgio Porto chamou o público ao debate com os expositores. Porém, a ansiedade da platéia em assistir Eliseo Verón com a palavra calou qualquer questionamento para dar espaço ao momento mais esperado do CELACOM 2007.
Por Juliana Recart
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