sábado, 5 de maio de 2007

HUMOR



Por Mabel Teixeira

ENTREVISTA

Foto: Divulgação
Licenciado em Ciências da Comunicação e Doutor em Pensamento Latino Americano em Comunicação, o mexicano Gustavo Adolfo Leon Duarte chegou hoje a Pelotas para participar do primeiro colóquio do CELACOM 2007, a se realizar na segunda-feira dia 07 de maio às 18h. Antônio Heberlê, responsável pela organização do colóquio, o recebeu na rodoviária e, a pedido do próprio palestrante, o levou para conhecer a ECOS, onde e engajou num bate-papo descontraído com os alunos da equipe.
Gustavo Leon ministra aulas na área de comunicação na Universidade de Sonora, no Campus de Hermosill, onde dirige umas das unidades do Departamento de Psicologia e ciência da Comunicação. Seus trabalhos de pós-graduação são na área de pesquisa e desenvolvimento.

Atualmente, trabalha em conjunto com o professor Miguel Morales, na pesquisa Iniciação a Investigação em Comunicação.

Na mesma tarde em que chegou, aceitou responder a algumas indagações relacionadas à área do Jornalismo.

Cobertura CELACOM - Já se pode falar em um bloco de comunicação na América Latina?

Gustavo Adolfo Leon Duarte -
Sim, poderia se dizer que a América Latina tem como coletivo cientifico de comunicação características que a fazem própria. Na participação desta segunda-feira, no Celacom, iremos discutir quais são as características representativas da ELACOM(Escola Latino-Americana de Comunicação). E, em certa medida, quais são as contribuições que, em nível mundial, de todos os coletivos científicos, são os que se reconhece ou os que se poderia reconhecer. Assim, umas das claves que se pode apontar para identificar o pensamento Latino-Americano, concretamente na ELACOM e em nível mundial, é uma posição ética-política muito específica dentro do pensamento epistemológico segundo sua produção.

CC - Parece que a comunicação da América Latina sempre esteve mais preocupada com as questões do homem, do ser social, do que com outros setores. Qual sua idéia a respeito?

GALD - Estou completamente de acordo. Claro que tanto no México, como no Chile, na Argentina, no Brasil ou no Canadá e Espanha, segue-se desenvolvendo um modelo positivista funcionalista. No caso da América Latina, a base para ver e tratar da comunicação a partir de acontecimentos culturais, se daria através do processo: se importam os meios, mais importam os sujeitos.

CC - Acredita que blogs podem ser uma ferramenta comparável aos sites de jornalismo on-line ou ameaçar a figura do jornalista?

GALD - O jornalismo digital vem sendo, desde 1996, uma grande explosão em mestrados e doutorados. A produção que supõe a imprensa digital é muito mais rica do que aquela que permite, em termos reais e de espaço, o jornalismo impresso. Não creio que os profissionais de jornalismo estejam ameaçados pelos blogs e demais suportes digitais. Penso que postagens em blogs e publicações no jornalismo digital são coisas distintas. Fazer um blog não é algo profissional, por melhor que sejam os conteúdos. Claro que estou comparando este suporte com grandes jornais digitais, como o El Pais.

CC - Pelo requisito da instantâneidade no Jornalismo Digital, tu achas que as matérias podem perder profundidade ou qualidade?

GALP - Não. O hipertexto pode gerar um texto mais amplo e trabalhar com imagens. Eu sigo comprando o jornal impresso porque gosto de senti-lo, mas reconheço a riqueza do jornalismo digital. Um exemplo pode ser feito em cima de um dos maiores jornais hispânicos em termos de reconhecimento como o El Pais. Por quatro anos tenho o costume de comprar El Pais, mas a diferença do jornal em sua versão impressa para sua versão digital, que aliás considero a melhor versão de jornalismo digital na Europa, é que pode-se ampliar em 2 ou 3 vezes a versão original de uma mesma matéria, e pode-se também trabalhar com diversos pontos de vista de diferentes jornalistas e os demais jornais. Assim, distintos enlaces de informação que diferenciam muito apenas um ou dois pontos de vista.

CC - Já que é impossível uma produção jornalística imparcial, o ideal não seria que as linhas editoriais assumissem sua posição claramente?

GALP - Em primeiro lugar, o que um jornalista deve ter bem definido é justamente sua posição política. Assim, o profissional deveria escolher seguir ou não uma linha editorial de acordo com sua visão. Com relação aos veículos, e não sei quanto ao Brasil, mas na imprensa internacional, -americana, européia e latina sobre tudo ao norte-, creio que há poucos periódicos sérios que não permitam uma posição distinta do jornalista a respeito da linha editorial do jornal. Em grandes e respeitados veículos, a definição de uma política editorial não existe. Logicamente, por ser um jornal sério, a posição que o jornalista assumir dever estar bem fundamentada. E pode-se assim publicar textos de extrema direita à extrema esquerda. Porém, para um jornal ter condições de trabalhar dessa forma, é preciso que seja autônomo economicamente. Na lógica de mercado, também interessa aos jornais que se possa abranger diferentes posições, afinal, os leitores não possuem uma visão homogênea. A linha editorial que deve ser seguida por todos os meios é a ética da liberdade de imprensa e responsabilidade social.
Por Juliana Recart

ENTREVISTA



A Dra. Maria Cristina Gobbi é professora titular da Universidade Metodista de São Paulo e da Faculdade Editora Nacional, consultora ad-doc do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP, editora de resenhas da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e editora assistente da Asociacion Latino-americana de Investigadores de la Comunicacion.- ALAIC. É também Coordenadora Nacional do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM).

Durante o CELACOM 2007, a professora será a coordenadora geral dos grupos de trabalho.

Cobertura CELACOM - Como Coordenadora Geral dos Grupos de Trabalho, qual sua expectativa em relação aos trabalhos que serão apresentados?

Maria Cristina Gobbi - Recebemos trabalhos de diversos Estados do Brasil. Estão participando alunos de Iniciação Científica (graduação) e dos cursos de Pós-Graduação, além de professores e pesquisadores de Universidades Públicas e Particulares. Há resultados de pesquisas aplicadas e existe revisão e atualização de conceitos teóricos e práticos. Encontramos trabalhos de outras áreas do conhecimento, mas que utilizam as formas de comunicação como foco central de análise. Ou seja, tivemos mais de 70 trabalhos que contemplam de maneira plena uma variedade de temas, mídias e correntes teóricas. Acredito que essa multiplicidade em muito enriquecerá as discussões nos Grupos de Trabalhos propostos e possibilitará uma troca de conhecimento muito interessante, quer para os estudantes da Graduação ou do Pós, também para professores e pesquisadores.

CC - Há algum motivo especial para o CELACOM 2007 ser realizado na Universidade Católica de Pelotas?

MCG - Para a Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação é uma honra muito grande ver o Celacom ser realizado na UCPel. Nas suas onze edições é a segunda vez que esse encontro não é realizado em nossa Instituição e a primeira que sai do Estado de São Paulo. Sabemos que o desafio é grande, mas sob a batuta muito competente do professor Heberlê e de sua equipe temos certeza que o encontro será um grande sucesso.

CC - Como a Universidade Metodista de São Paulo observa o número de inscrições e propostas de trabalho em relação aos eventos anteriores?

MCG -
A Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação ficou muito satisfeita com a repercussão do evento. Recebemos mais de 70 trabalhos e esse é um número muito significativo. Pelo fato de ser um encontro historicamente realizado em São Paulo a participação em Pelotas - quer pelo número de inscrições de trabalhos nos GT’s ou de ouvintes - foi bastante representativa. Com referência aos anos anteriores Pelotas não deixou nada a desejar. O Encontro será um sucesso.

CC - Em relação a organização, houveram mudanças em relação aos eventos anteriores, devido ao deslocamento do evento para o Rio Grande do Sul?

MCG -
Não. Mantivemos a mesma estrutura e esse foi um dos desafios superados pelo prof. Heberlê e sua equipe, com muita competência. Foi conservado o mesmo número de sub-temas, de palestrantes convidados – tanto nacionais, como internacionais -, de GT’s, de atividades diversas etc. Inclusive foi desenvolvido o CDRom do Evento, com os textos de todos os trabalhos apresentados nos Grupos - que será entregue para os inscritos - e posteriormente, creio que para ser lançado durante o Intercom 2007, que ocorrerá no início de setembro, em Santos, São Paulo, sairá a edição impressa dos Anais do CELACOM’2007, com as conferências apresentadas nas mesas temáticas.

CC - Como a participação dos acadêmicos no CELACOM pode ajudar no desenvolvimento da profissão de comunicador social?

MCG - Acredito que conhecer a produção e as pesquisas em Comunicação na América Latina é um de nossos desafios. Um evento que possibilite discutir correntes de pensamento, estudos aplicados, que evidencie o estado da “Arte” nesse nosso continente muito facetado é uma oportunidade singular de propiciar as novas gerações esse ensejo. Também é importante mencionar a riqueza do intercâmbio de conhecimento sobre as investigações que estão sendo realizadas nas diversas regiões do Brasil e em alguns países da América Latina. Só valorizamos aquilo que conhecemos e os estudos em Comunicação, sob a égide da Elacom – Escola Latino-Americana de Comunicação -, são muito ricos, quer pela qualidade ou pela diversidade. Precisamos despertar em nossos jovens esse sentimento de auto-estima com relação ao que produzimos em nossa região.

Por Sandra Henriques

HUMOR



Por Mabel Teixeira

ORGANIZAÇÃO


Grandes expectativas para o CELACOM 2007

A equipe de organização aposta no sucesso do congresso

A realização do CELACOM 2007 na Escola de Comunicação Social da UCPel movimentou equipes de alunos e professores que dedicaram cada minuto nos últimos dias para que o encontro atendesse a todas as expectativas que um colóquio internacional pressupõe.

Antônio Heberlê, professor e pesquisador da ECOS, está na coordenação dessas equipes e, restando pouco mais de 48 horas para o começo do encontro, a missão está cumprida . “Se fossemos pensar bem em todas as necessidades e requisitos para se fazer um congresso internacional, talvez nem tivéssemos começado, mas hoje está tudo confirmado e pronto para funcionar. Isso compensa tudo”.

Antônio conta que a proposta de promover o colóquio na ECOS está relacionada com os 50 anos do curso de Jornalismo e o crescimento acadêmico que vem sido verificado área. “A Escola está oferecendo pós-graduação a partir de um programa de pesquisa, com duas linhas básicas, há um movimento no sentido da qualificação e um clima favorável para discussões mais aprofundadas no campo da comunicação. Isso impõe o oferecimento de um congresso de alto nível, como o CELACOM”.

A expectativa para o CELACOM 2007 é que pessoas da área da Comunicação Social, entre estudantes e profissionais, e especialmente da ECOS, prestigiem o congresso.

- Curiosidades -

  • O tema central do CELACOM 2007 foi definido através de uma ação conjunta entre a Escola e a Cátedra da Unesco para a comunicação, especialmente o prof. José Marques de Melo e a professora Maria Cristina Gobbi.
  • Os representantes que tradicionalmente prestigiam o colóquio em outras edições confirmaram presença no encontro da ECOS. Aliás, teóricos que por razões diversas não puderam estar reunidos em alguns encontros anteriores estarão reunidos no CELACOM2007. O professor Eliseo Verón será o pensador homenageado do colóquio.
  • Toda a organização intelectual para o CELACOM é responsabilidade da Cátedra da UNESCO. A ECOS assumiu a logística do encontro.
Por Juliana Recart